Quando foi que a lágrima secou? A alegria encharcada de derrotas e inexpressão era umidade em dia seco, roupa para quem precisa, abraço que finda tristeza. Mas, quando evaporou, nada havia que fizesse molhar. Nem a saudade, nem a ira, nem o medo. Nem a felicidade que está o tempo todo à frente.
Frio que fez num corpo caloroso, que abafou a força vital de cada dia, que era nostalgia das mentiras, das mentiras e das mentiras que contamos para nós mesmos, pulverizou as calosidades da poesia até então frutífera. Assim, a fé se foi, para não voltar tão cedo. Fé de que a lágrima voltasse redundantemente a ser molhada.