sexta-feira, agosto 13, 2010

Mariazinha, o infinito

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Aí está o infinito. Simplesmente representado. No entanto, possuidor de demasiados significados. Pode ser apenas um ponto, por exemplo. Pode ser o Universo, por outro exemplo. Pode ser você. Ou eu. Talvez seja o próprio infinito mesmo. Mas quem poderia definir algo tão subjetivo e inexato com meras palavras de um vocabulário simplório?
Ninguém.
Não existe definição para o infinito, pois ilimitado é. E aquilo que desconhece o limite não se concebe. Há quem ouse a interpretação, só que é um tiro no escuro, pode tomar qualquer direção e sentido. Ainda assim, ousado sendo, desejo significado - não definição. Para alguns passa a ter o valor do conhecimento; para outros, do amor. Amor como infinito. Amor, infinito. Conheço um desse tipo, que, por sinal, é bastante gentil. O mais curioso é que este mesmo infinito chegou a mim, ou eu cheguei a ele - ou ambas as opções - nos últimos momentos de um ciclo. Perto do fim e do começo. Um tanto quanto paradoxal, por isso a inequidade de um fenômeno assim. Um infinito único... só para mim.
Olho para o céu, vejo as luzes que guiam na escuridão. Elas brilham, pulsam, chegam a ter vida aos olhos dos mais sonhadores. O mais gratificante é poder observar uma obra enigmática quando existe alguém que a contempla com você, pois a descoberta do que está além da compreensão é simultânea. É khef.
Enquanto houver distância, a ligação entre duas almas se faz por uma representação do infinito. Fito o céu; fita o céu. Imagino; imagina. Sinto; sente. Aí eu passo a entender o que não há fim.
Voltando ao começo, no encontro de um ka com outro, sinto um mar de identificação se apossando de meu coração. Admiro o futuro em alguns segundos, analiso os acontecimentos, tiro conclusões e... gosto do que vejo. Amo a cena de atores imaginários. Por um instante, entro em contato com o infinito. E o que vejo é belo. É único. Interminável.
De tanta dificuldade em poder atribuir significação, desisto de tentar categorizar um conceito tão imaterial, desconhecido e variável. Passo a senti-lo e só assim compreendo: amo.
Livrando-me da noção chã, inteligível e palpável ao ser humano, apaixono-me pelo abstrato, pelo intangível e, de uma vez por todas, afirmo como expressão de fé: conheço o infinito. Conheço María das Graças de Araújo Lira, alguém que, como eu, desentende-se com a distância, pois acredita apenas no que sabe. E o que sabe infinito é.