terça-feira, fevereiro 09, 2010

Minha querida incógnita j

= ?

Você vem, você vai, e enquanto anda pelas minhas serenas terras sentimentais, cria doença, cria dor, cria esperança e um sonhador. É uma imensidão a percorrer.
A doença é a existência, é o impregnar, é a mistura das sensações. É o desejo e é a luta, a alegria e a tristeza, o tudo e o nada. Uma estrangeira em novos ares é o que aparenta quando subitamente mostra sua face não vista para um também desconhecido. Cumprimenta-o todos os dias e tem uma relação muito afetiva com tal. Entrega seu coração e recebe um outro, mas não consegue definidamente elaborar a expressão dessa ignota relação. É a Álgebra e com as mais complexas equações. Não é "encontre x", é "encontre j" o problema, com todas as variáveis. O valor de j é inestimável.
Pisa com força no solo das emoções, como se quisesse compactá-lo, deixando sua marca para que nenhum outro ser penetre naqueles recônditos, e que no futuro mostre o quanto seus passos severos tiveram importância. Passos que construíram uma vontade, estabeleceram o contato entre mundos que não se conheciam, e agora, mais do que nunca, fortaleceram os laços entre corações tão distantes no físico, mas tão próximos no único objetivo: a união.
A determinação por essa junção, por essa unidade, causa, em vezes, dor. É um tormento noturno, quando a alma deseja vagar por outras dimensões, realizar sua ufania, e, com a euforia gerada, é trancada, assim como o sono e a liberdade, por tempo suficiente para... que... o ser... quase... sufoque... ... ... ... 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10... respiração boca-a-boca... 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10... respiração boca-a-boca... recuperando o fôlego... Uh, essa foi por pouco.
Continuando...
O sentimento surgiu num lampejo do destino, como se estivesse escrito num livro. Precisa acontecer, caso contrário que paz terá(am) o(s) coração(ões) que acomoda(m) tão excêntrico sentido? Nenhuma, com certeza, e por um bom tempo. Seria a conclusão temporária e penosa de uma história poética. O que sobraria seriam as cicatrizes do tempo, mais uma vez. Mas há um porém: a esperança, lembra? Aquela mesma que morre por último e blá blá blá. Ela cria o sonhador, cria o elo entre a realidade e a realização, o sonho não concretizado. Por isso é que tudo há de acontecer. Se não, é uma lacuna na história. Se não, é a inexistência. Continuaria... uma... incógnita.
Quando a ligação for completada e um enxergar o outro, sentindo finalmente a quentura do coração humano durante o abraço do "Eu finalmente te encontrei!", o futuro poderá novamente ser planejado, como sempre é, e a história poderá ter mais uma vírgula, permanecendo o passado cravado na memória até chegar sua hora. Tudo que tem um começo, tem um fim.
Paciência, tempo, tolerância e muitas outras palavras poderiam definir a incógnita, mas há uma que realmente dá a resposta da equação e equilibra as extremidades.
Amor. Destino. É sempre esse caminho.

j
é ka*, é ka-tet** e é khef.***

Palavras retiradas da obra "A Torre Negra" de Stephen King.
* ka: é destino, mas é mais que apenas isso. É o meio para tal, é tudo sobre tal;
** ka-tet: são as pessoas interligadas pelo destino, pelo ka;
*** khef: é a interligação entre os pensamentos das pessoas formadoras de um ka-tet.

2 comentários: