sexta-feira, abril 16, 2010

Um vazio completo

LOST
Mais uma sensação no cardápio.
Primeiro, busca-se o cheio, mas de tanto buscar e encher, fica vazio. É uma busca sem sentido. É uma busca sem propósito. Queria era poder ter aquela sensação, mas só a parte completa. Precisaria, então, viver a situação a que assisto... ou imagino.
Um pedaço falta; sou eu? Parece que se pudesse lá estar, viveria num mar de emoções, pois é exatamente isto que procuro naquele lugar de x. Busco amor, paixão, sofrimento, júbilo, destino, livre-arbítrio, raiva, acerto, erro, lágrimas, recomeço; busco uma vida. Formo um uno com a imagem que resplandece em minha mente, em minha visão. Só que quando acaba, minha busca está incompleta; meu ser se corrompe; as lágrima vêm, porque não encontro o caminho. Estou perdido.
Nas horas de sufoco, peço pelas lágrimas. Desejo-as tanto que parece que perco a noção. Porém, tenho conhecimento do que ocorre. Desde a primeira vez que conheci essa emoção, entendo o que acontece. Entendo sim. E é tão bom; recomendo.
Há tanta aventura e mistério que é impossível não gostar de lá. O sofrimento não me causa medo, pois é uma doença tão boa. Sempre sei onde vai terminar e é isso que impulsiona meu coração a seguir pelo caminho mais difícil. Os obstáculos são como um remédio muito - mas muito mesmo - amargo. É horrível quando se toma, mas passado o tempo, descobre-se o quanto foi bom passar pelo inferno. Um anjo me tira de lá, coloca-me na estrada da realidade novamente. Estou perdido - mais uma vez.
Os minutos passam tão rápido quando sou eu e aquela sensação. Olho para o relógio, são 08:15, desvio o olhar, tomo mais uma dose de busca incompreensível, olho novamente: 16:08. Penso comigo "Não acaba não, cara, por favor." Engulo mais enfermidade do coração, acredito que vai terminar, mas suplico que não, e olho: 38:04. Agradeço pelos últimos momentos, mas com ódio e amor de que o fim será o mesmo de sempre, a mesma sensação de sempre. Fim. Olho de novo: 42:23. Te vejo em outra vida, irmão.

A boca aberta.

Um mar nos olhos.

O coração doendo.

Reflexão.

Um sorriso.

Um riso pelo simples.

Brisa.

O anjo me pegou. Sei de novo: estou perdido.

2 comentários:

  1. Eu nunca cansarei de dizer o quão incrível és, Luizinho! Devo admitir, também, que seus textos me proporcionam um nível de reflexão e parada de tempo exacerbados. Eu leio, releio, peço pela compreensão, encerro o texto e... simplesmente paro. Tens o dom puro e lapidado da palavra. E até mais que isso: da inteligência. Adorei, adorei, adorei muito o texto. De fato, você nunca consegue parar de me surpreender. :)

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  2. Eu sou incrível? Se eu sou incrível, você é inimaginável, querida garota gentil! hahaha
    Muito obrigado pelos elogios :) Isso me motiva muito a continuar por esse caminho. *abraço muito forte*

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